Déficit do governo no ano passado atinge R$ 43 bilhões, alinhado com a meta do arcabouço fiscal

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Redação Interior Notícia
Política – Sem contabilizar os gastos com o Rio Grande do Sul, o déficit ficou em R$ 11 bilhões, equivalente a 0,09% do PIB; pelas regras, a variação poderia ser de até 0,25 ponto percentual para mais ou para menos.
As contas do Governo Central registraram um déficit primário em 2024. No ano passado, a diferença entre receitas e despesas foi negativa em R$ 43,004 bilhões, correspondendo a 0,36% do Produto Interno Bruto (PIB). Sem incluir os gastos com o Rio Grande do Sul e outras despesas excluídas do cálculo da meta, o déficit foi de R$ 11,032 bilhões, equivalente a 0,09% do PIB.
Em 2024, o governo tinha duas metas. A primeira era um resultado primário neutro (0% do PIB), com uma variação permitida de 0,25 ponto percentual para mais ou para menos, conforme estabelecido no arcabouço fiscal. O limite seria um déficit de até R$ 28,8 bilhões. A segunda meta era o limite de despesas, que era de R$ 2,089 trilhões.
O saldo anual, que inclui as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, foi o melhor desempenho desde 2022, quando houve um superávit de R$ 54 bilhões. O resultado sucedeu o déficit de R$ 230,535 bilhões, equivalente a 2,1% do PIB, registrado em 2023.
O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, destacou que o resultado primário de 2024 é o segundo melhor da década, evidenciando o processo de recuperação fiscal. “Embora ainda tenhamos desafios pela frente, é inegável que o processo de recuperação fiscal foi intenso. O resultado de 2024 é substancialmente inferior às projeções de mercado”, afirmou.
O déficit do ano passado foi menor do que a mediana das expectativas do mercado financeiro, de R$ 45,70 bilhões, segundo levantamento do Projeções Broadcast. O intervalo, todo negativo, variava de R$ 62 bilhões a R$ 13 bilhões.
Excluídas as despesas com o Rio Grande do Sul, o déficit ficou em R$ 11 bilhões, cumprindo a meta do arcabouço fiscal com “relativa folga”, observou. “Alertamos durante o ano que ficaríamos mais próximos do centro da meta”, disse o auxiliar de Fernando Haddad. O resultado primário acumulado na gestão Lula 3 ficou em -1,19% do PIB. De acordo com Ceron, é o menor dos últimos três ciclos de governo, com “tendência” de melhora.